Em 2024, o número de brasileiros que mergulham no mundo dos jogos eletrônicos disparou, de acordo com um estudo da Pesquisa Game Brasil (PGB) publicado em 27 de fevereiro. A pesquisa revela que impressionantes 73,9% dos brasileiros estão engajados em jogos online, marcando um aumento de 3,8% em relação ao ano anterior. Este estudo visa desvendar os padrões de consumo dos gamers no país e entender sua percepção sobre a indústria dos jogos. Vamos mergulhar nos principais achados!
Crescente Representatividade Entre os Gamers
O estudo da PGB destaca um aumento significativo na diversidade dos gamers brasileiros este ano. Impressionantemente, 11,2% dos gamers se identificam como negros e 41,2% como pardos, totalizando 52,4% da comunidade gamer—mais da metade dos participantes. Além disso, para 85,4% dos brasileiros, os videogames são considerados uma das principais fontes de entretenimento, um aumento notável em comparação aos 51% em 2020.
O estudo também revela a crescente presença de mulheres gamers. As mulheres agora representam 50,9% da população gamer, superando os homens, que representam 49,1%. Este é um novo marco na diversidade do público gamer do país.
Quem Se Considera ‘Gamer’?
Apesar da maioria dos jogadores de videogame no Brasil serem mulheres, apenas 43% desse grupo se identifica como ‘gamer’, enquanto 57,3% dos homens se autodenominam assim. A pesquisa revela que muitas pessoas ainda associam o termo ‘gamer’ a alguém jovem, altamente conhecedor dos jogos digitais, e que tira sua principal forma de entretenimento dessa atividade.
No entanto, o termo ‘gamer’ é bem mais abrangente do que muitos imaginam. Segundo o Google, “Gamer é o nome dado atualmente para os famosos ‘jogadores de videogame’. Esses podem ser tanto gamers profissionais quanto gamers de horas vagas.” Ou seja, qualquer pessoa que joga videogame pode se encaixar nessa categoria.
Adultos e Adolescentes Lideram a Cena dos Games
Os dados coletados também revelam a distribuição etária dos gamers, mostrando um aumento de jogadores nas faixas de 30-34 e 35-39 anos. Enquanto isso, os adolescentes continuam sendo fortes participantes, com 70,2% daqueles com menos de 15 anos jogando, conforme relatado por seus pais.
Aqui está uma divisão dos grupos etários:
35 a 39 anos | 16,9% |
30 a 34 anos | 16,2% |
20 a 29 anos | 14,6% |
40 a 44 anos | 11,7% |
16 a 19 anos | 10,2% |
45 a 49 anos | 8,1% |
Mais de 50 anos | 7,9% |
Márcio Filho, presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro (RING), vê essas mudanças como positivas, especialmente para o crescimento econômico futuro do setor. “É fundamental que o Brasil, que atualmente representa cerca de 1,5% do mercado consumidor global, também assuma um papel de destaque na produção. Somos apenas 0,2% do mercado produtor global, uma diferença que precisa ser superada através da colaboração entre iniciativas privadas, academia e governo”, explica.
Filho acrescenta que a indústria de jogos do Brasil movimenta 13 bilhões de reais e gera 1,2 bilhão de reais anualmente, mostrando seu potencial de crescimento. “É crucial ter políticas públicas que apoiem esse desenvolvimento”, enfatiza.
Entenda a Pesquisa
Esta foi a 11ª edição da Pesquisa Game Brasil, desenvolvida pelo Sioux Group e Go Games, em parceria com a ESPN e a Blend New Research. O estudo se consolidou como um levantamento anual sobre o consumo de jogos eletrônicos no Brasil, buscando mapear e entender o perfil dos jogadores.
Neste ano, a pesquisa contou com a participação de 13.360 pessoas, entrevistadas nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. A coleta de dados foi realizada entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
Arena Gamer Leva RJ Rumo à Inovação
Em janeiro, a Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou a primeira Arena Gamer pública do país, com capacidade para receber até 100 pessoas. O espaço, chamado de “Nave Espaço”, foi criado dentro da Nave do Conhecimento do Engenhão, na Zona Norte do RJ, e está destinado a sediar competições de pequeno e médio porte, além de torneios regionais de jogos eletrônicos.
A iniciativa é da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, em parceria com a Coordenadoria de Games e e-Sports da Secretaria da Casa Civil. Segundo a prefeitura, o espaço também visa ser um polo de inclusão, aprendizado e transformação social para jovens e adultos interessados nas profissões da indústria criativa.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, comentou: “É muito legal ter a primeira Arena Gamer pública aqui no Rio de Janeiro. Essa é uma atividade esportiva e econômica que movimenta muito dinheiro e gera muitos empregos.” Paes acrescentou que a arena faz parte de um conjunto de ações para consolidar o Rio de Janeiro como capital da inovação e tecnologia na América Latina.
Conclusão: Um Futuro Brilhante para os Jogos Eletrônicos
O mercado de jogos eletrônicos e e-Sports está em pleno crescimento no Brasil, atingindo um público cada vez maior e se consolidando como uma parte importante da economia do país. Embora o Brasil muitas vezes fique atrás de outros países em termos de inovações esportivas, isso não parece ser o caso dos jogos eletrônicos, destacando o país como pioneiro e incentivador neste nicho.